BARREIRAS DE GÊNERO NA DIPLOMACIA BRASILEIRA: ANÁLISE DE ESTRATÉGIAS INSTITUCIONAIS DE ENFRENTAMENTO

Resumo

O estudo analisa as causas da persistente sub-representação feminina na diplomacia brasileira. Define como objetivo identificar barreiras institucionais e culturais que restringem a ascensão feminina e apontar caminhos para a equidade de gênero no Itamaraty. Emprega método qualitativo-descritivo, articulando análise histórico-documental de legislação e atos administrativos, exame estatístico de séries institucionais desagregadas por gênero e revisão bibliográfica feminista. A discussão evidencia que, apesar de avanços formais, persistem critérios de promoção subjetivos, redes homossociais masculinas e cultura organizacional que naturaliza a masculinidade como padrão de excelência. Esses fatores minam a efetividade de políticas pontuais, sobretudo pela ausência de metas vinculantes, orçamento dedicado e monitoramento contínuo. O trabalho confirma que iniciativas isoladas geram ganhos frágeis e reversíveis, mantendo desigualdades salariais, de progressão e de conciliação trabalho-família. Conclui que a superação do viés de gênero exige a adoção de um plano institucional com metas graduais, ações afirmativas formalizadas, matrizes objetivas de competência e auditoria anual, condição imprescindível para converter compromissos discursivos em transformação estrutural.