<b>AS CIÊNCIAS SOCIAIS E AS TEORIAS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS: RELAÇÕES A PARTIR DO PENSAMENTO COMPLEXO</b><br/>THE SOCIAL SCIENCES AND THE THEORIES OF INTER-NATIONAL RELATIONS: RELATIONS FROM COMPLEX THINKING
DOI:
https://doi.org/10.22293/2179-1376.v9i17.995Resumen
O presente artigo desenvolve uma análise acerca das teorias das Relações Internacionais, sugerindo que as teorias pós-positivistas emergiram com sucesso, no último quarto do século XX, por causa das transformações ocorridas no campo das Ciências Sociais. Mais especificamente, aponto que o destaque dado à Teoria da Complexidade e às ideias oriundas do Pensamento Complexo, que fortemente impactaram os campos científicos e educacionais naquele período, foram também responsáveis pelo avanço do campo teórico pós-positivista nas Relações Internacionais. Para desenvolver essa hipótese organizo o artigo em três partes. Na primeira, discorro acerca da relação entre as Ciências Sociais e as Relações Internacionais, abordando a influência do pensamento complexo nas ciências. Na segunda, contextualizo a Teoria da Complexidade através de três principais autores, quais sejam: Capra, Morin e Maturana. E, ainda, relaciono o campo das Relações Internacionais com o Pensamento Complexo. Na terceira parte justifico como as abordagens pós-positivistas das Relações Internacionais estão em congruência com as transformações que afetaram o mundo ocidental a partir do o último quarto do século XX, quando, também, emergiram abordagens epistêmicas e metodológicas que sustentavam a compreensão dos fenômenos da sociedade contemporânea a partir de um olhar sistêmico e complexo – e não segundo a lógica cartesiana até então predominante nas teorias das ciências sociais. E, assim, evidencio que a multidisciplinaridade do campo das Relações Internacionais encontra no paradigma da complexidade um fundamento profícuo para a formulação de suas teorias e para a construção de suas análises científicas.Citas
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